Por que os financiamentos imobiliários estão sendo reprovados em 2025, mesmo com o nome limpo?
Mesmo com o nome limpo, milhares de brasileiros estão enfrentando reprovações em pedidos de financiamento imobiliário — entenda os principais motivos por trás dessa tendência em 2025.
Kener Arruda
7/24/20252 min read


Nos últimos meses, muitas pessoas têm se deparado com um cenário frustrante: mesmo com o nome limpo, renda formal e sem restrições, seus pedidos de financiamento imobiliário estão sendo reprovados por grandes bancos como Bradesco, Santander e Itaú. Afinal, o que está acontecendo?
Embora à primeira vista pareça um problema pontual, o que se vê é um movimento mais amplo no setor de crédito. Abaixo explicamos os principais motivos.
1. Juros altos: o grande vilão do financiamento
A taxa Selic permanece elevada em 2025, girando em torno de 14,25% ao ano. Isso afeta diretamente os financiamentos, já que os bancos utilizam essa taxa como base para definir os juros ao consumidor.
Com taxas de financiamento imobiliário chegando a 11% ou 12% ao ano, as parcelas mensais aumentam significativamente, o que acaba comprometendo uma parcela maior da renda do comprador — e muitos acabam não se enquadrando nos critérios de aprovação.
2. Menor disponibilidade de recursos para crédito
Os financiamentos com recursos da poupança (SBPE) dependem diretamente do saldo disponível nos bancos. Porém, os últimos anos registraram uma forte saída de recursos da caderneta de poupança, somando mais de R$ 200 bilhões.
Isso reduz o “caixa” dos bancos para emprestar e faz com que eles fiquem mais seletivos, priorizando clientes com maior capacidade de pagamento ou relacionamento com a instituição.
3. Critérios mais rígidos de aprovação
Com o aumento dos riscos e da inadimplência, os bancos reforçaram seus critérios de análise de crédito. As exigências atuais incluem:
Entrada mínima maior (30% ou mais do valor do imóvel);
Limite de financiamento reduzido (60% a 80%, dependendo do perfil);
Renda mais elevada proporcional ao valor do imóvel;
Maior exigência de comprovação formal (contracheque, declaração de IR, etc.);
Relacionamento com o banco (ser correntista pode ajudar).
Com isso, mesmo quem tem o nome limpo pode acabar reprovado se não preencher todos os requisitos mais restritivos.
4. Queda geral na oferta de crédito imobiliário
De acordo com dados da ABECIP e do próprio Banco Central, os bancos reduziram o volume total de crédito destinado ao setor imobiliário. Em especial:
Financiamentos à construção caíram quase 50% em comparação ao ano anterior;
A Caixa Econômica Federal, principal operadora de crédito habitacional, também apertou suas regras para financiamentos com recursos do SBPE;
A previsão é de retração de 15% a 20% no volume de financiamentos imobiliários para pessoas físicas em 2025.
Essa tendência não tem relação com inadimplência do cliente, mas com o cenário macroeconômico e a gestão de risco dos bancos.
Conclusão
Se você está tentando financiar um imóvel e foi reprovado, saiba que não está sozinho. Em 2025, os bancos estão mais cautelosos, exigentes e com menos recursos disponíveis para oferecer crédito habitacional.
Mesmo com o nome limpo, é possível ser reprovado se a renda não for suficiente, se a entrada for considerada baixa ou se o relacionamento com o banco não for adequado. Em um cenário como este, planejar-se melhor, aumentar a entrada e buscar imóveis com parcelas mais adequadas à renda familiar podem ser estratégias importantes para conquistar a tão sonhada casa própria.